A Realidade do Inferno

05-01-2011 08:38

A Realidade do Inferno

Por Ray Comfort

Tradução: Fernando Guarany Jr.

   

“Salvem alguns, ó cristãos! De todas as maneiras [possíveis], salvem alguns. Das chamas eternas e trevas exteriores, do choro, do pranto e do ranger de dentes, procurem salvar alguns! Que isso seja, como no caso do apóstolo, seu maior objetivo na vida: que de alguma maneira possam salvar alguns.”

Charles Spurgeon

 

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Comentário de Kirk Cameron: O inferno é um lugar onde jamais gostaríamos de ver meus entes queridos – ou qualquer outra pessoa. Não posso fazê-lo desaparecer, então farei tudo o que eu puder para conduzir os pecadores ao Salvador, o único que pode evitar que acabem lá.

 

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Perguntas e Objeções

 

“Será que você não está enganado em suas alegações sobre o Dia do Julgamento e o Inferno?”

 

A existência do inferno e a certeza do julgamento não são alegações de pessoas falíveis. A Bíblia é a fonte de tal alegação, e ela é absolutamente infalível. Quando alguém se torna cristão, tal pessoa está admitindo que estava errada, e que Deus é justificado em Suas declarações em relação a nós termos pecado contra Ele. Entretanto, vamos supor por um momento que não existam o Dia do Julgamento e nem o inferno. Isso significaria que a Bíblia é uma grande fraude, com a qual mais de quarenta autores colaboraram (durante um período de 1,500 anos) para produzir um documento que revela o caráter de Deus como “justo.” Estes homens O retrataram como um justo juiz, que alertou que um dia iria punir todos os assassinos, estupradores, mentirosos, ladrões, adúlteros, etc. Todos estes escritores (que professavam ser santos) deram um falso testemunho, transgredindo os mesmos Mandamentos que alegavam ser verdade. Isso significaria que Jesus Cristo era um mentiroso, e que todas as alegações que Ele fez sobre a realidade do julgamento eram, portanto, falsas. Também significaria que Ele entregou Sua vida em vão, como também fizeram milhares de mártires que deram suas vidas por causa de Cristo. Além disso, se não há justiça suprema, então o Criador de todas as coisas é injusto – Ele vê assassinatos e estupros e não dá a mínima, o que faz com que Ele seja pior que um corrupto juiz humano que recusa exercer a justiça e punir os criminosos.

 

            Contudo, eis a boa notícia se não houver inferno: você não saberá de nada após morrer. Será [simplesmente] o fim. Nada de céu, nem de inferno. Absolutamente nada. Você nem mesmo terá noção desta boa notícia.

 

            Eis aqui a boa notícia se a Bíblia for verdadeira e [realmente] houver uma justiça eterna: Você se verá diante do trono de julgamento de um Deus santo. Pense nisto: Um Criador santo e perfeito que consegue enxergar seus pensamentos e todo pecado secreto que você já cometeu. Você tem uma multidão de pecados, e Deus deve, por natureza, executar a justiça. Peça-Lhe que o lembre dos pecados de sua juventude. Peça-Lhe que lhe traga a lembrança seus pecados sexuais ocultos, as mentiras, a fofoca e outras palavras frívolas. Você pode ter se esquecido de seus pecados passados, mas Deus não. O inferno será justamente o que você merecerá por isso, e não poderá por a culpa em ninguém mais além de si mesmo. Quem diz isto é a Bíblia. Acreditando ou não, é a verdade. Isso [certamente] acontecerá.

 

            Contudo, há boas novas – notícias incrivelmente boas. Merecemos o julgamento, mas Deus nos oferece a misericórdia através da cruz. Ele pagou nossa multa para que fossemos liberados da condenação.  Ele destruiu o poder da cova para todos que O obedecem. Simplesmente obedeça ao Evangelho, e viva. Fazendo isso, você descobrirá por si mesmo que o Evangelho é a “verdade.” Jesus disse que se O obedecer, você conhecerá a verdade e a verdade O libertará (veja João 8:31, 32). Ajoelhe-se hoje mesmo, confesse e abandone (vire as costas) aos seus pecados. Diga a Deus que está verdadeiramente arrependido, em seguida confie no Salvador como confiaria em um pára-quedas. A partir daí, você se verá em um terrível dilema. Saberá com toda certeza que o inferno é uma realidade, mas quando criar coragem para alertar as pessoas com quem se importa a respeito, elas darão um sorriso e passivamente perguntarão: “Será que você não está enganado em suas alegações sobre o Dia do Julgamento e o Inferno?”

 

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As pessoas que estão aproveitando os prazeres temporários do pecado procurarão espantar os pensamentos da eterna justiça de Deus soltando piadas do tipo: “Não me importo de ir para o inferno. Todos os meus amigos estarão lá.” Obviamente, os que falam tais coisas tão impertinentemente não acreditam no conceito bíblico de inferno. São como um criminoso “lerdo” que acha que a cadeira elétrica é algo em que poderá sentar-se, colocar os  pés para cima e relaxar. Seu entendimento da natureza de Deus é errônea, então devemos ser sábios e falar por alguns momentos sobre o quanto o inferno é algo racional. Explique que a Bíblia nos fala que Deus punirá os ladrões, mentirosos, adúlteros, fornicadores e blasfemadores. Punirá até mesmo aqueles que desejaram matar ou violentar alguém sexualmente mas nunca levaram seus planos a cabo. Deus nos alerta que se odiamos alguém, cometemos assassinato  em nossos corações. Se cobiçamos alguém sexualmente, cometemos adultério no coração, etc. Todos são pecados que nos levarão ao inferno.

 

            C. S. Lewis resumiu todos os terrores do inferno quando disse: “Não existe outra doutrina que eu retiraria da Bíblia com mais boa vontade do que a doutrina do inferno – se tivesse poder para isso. Mas, tal doutrina tem o apoio total das Escrituras e, especialmente, das próprias palavras de nosso Senhor; sempre foi amparada pela Igreja Cristã, e possui todo o apoio da razão.”

 

            Invista tempo para contar as pessoas sobre a realidade do inferno sua descrição bíblica. Alguns pecadores gostam de “pintar” o inferno como um lugar divertido, hedonista e prazeroso onde poderão engajar-se em todos os pecados sensuais proibidos aqui. Outros aceitam que o inferno é um lugar de punição, mas acreditam que tal punição é ser aniquilado – ter sua existência consciente cessada. Por não poderem conceber que um Deus de amor possa punir as pessoas com tormento eterno, acreditam que o inferno é apenas uma metáfora para a cova. Se tais pessoas estiverem certas, então, um homem como Adolf Hitler, responsável pela morte de milhões, está sendo “punido” meramente com o sono eterno. Seu destino é simplesmente voltar ao estado de inexistência em que se achava antes de nascer, no qual nem mesmo sabe que está sendo punido.

            Se por um lado é verdade que Deus é amor (1 João 4:8), por outro, Ele é justo (Neemias 9:32, 33; 2 Tessalonicenses 1:6) e eterno (Salmo 90:2; 1 Timóteo 1:17). Portanto, Deus punirá o malfeitor (Isaías 13:11) e esta punição será eterna. Ela também será consciente. As Escrituras nos falam sobre o homem rico que se achou no inferno (Lucas 16:19-31). Ele estava consciente e podia sentir dor, sede e experimentar remorso. Ele não estava simplesmente dormindo na cova; estava em um lugar de “tormento.”

 

            Tendemos a esquecer o que é a dor quando não a temos. Você consegue imaginar como seria estar em agonia sem esperança ou alívio? Muitos seres humanos ficam loucos em simplesmente serem isolados das outras pessoas por algum tempo. Imagine como seria terrível se Deus removesse todas as coisas que tanto valorizamos: amizade, amor, cor, luz, paz, alegria, riso. O inferno não é apenas um lugar com a ausência das bênçãos de Deus; é punição pelo pecado. É literalmente tormento, para sempre. É por isso que a vida alerta que é algo terrível cair nas mãos do Deus vivo. O destino dos descrentes é descrito com palavras tão terríveis como as seguintes:

 

“Vergonha e desprezo eterno” (Daniel 12:2)

“Castigo eterno” (Mateus 25:46)

“Choro e ranger de dentes” (Mateus 24:51)

“Fogo Inextinguível” (Lucas 3:17)

“Indignação e ira, tribulação e angústia” (Romanos 2:8, 9)

“Separação eterna da presença de Deus” (2 Tessalonicenses  1:9)

“Fogo eterno... o negrume das trevas para sempre” (Judas 7, 13)

 

Apocalipse 14:10,11 nos fala do destino final e eterno do pecador: “Será atormentado com fogo e enxofre... a fumaça de seu tormento subirá para todo o sempre e não terão descanso nem de dia nem de noite.”

 

            As Escrituras são muito claras: o inferno é um lugar real. Não é simplesmente perda da consciência. Não é temporal. É tormento eterno. Se o inferno fosse um lugar onde não nos daríamos conta de nada ou uma simples referência à cova à qual vamos ao morrer, as declarações de Jesus sobre ele não fariam sentido. Jesus disse que se sua mão, pé ou olho o fizesse pecar, seria melhor arrancá-la de que “ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga: onde o verme não morre e o fogo não se extingue” (Marco 9:43-48). Jesus falou mais sobre o inferno do que sobre o céu e passou muito tempo alertando as pessoas para não irem lá. Assim, é fácil perceber que, se as pessoas simplesmente parassem de existir, para que precisaríamos alertá-las? Se o inferno fosse temporal, elas sairiam depois de um tempinho. Mas por ser eterno e consciente, devemos fazer tudo o que pudermos para alertá-las.

 

            Entretanto, o descrente não verá que o inferno é seu destino eterno a não ser que seja convencido pela Lei que pecou contra Deus. Ele pode considerar o inferno um lugar apropriado para os outros, mas não para si mesmo. É por isso que não devemos hesitar em abrir a Lei e mostrar que cada indivíduo é pessoalmente responsável por seu próprio pecado, e que a ira de Deus habita sobre ele por causa disso.

 

 

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Perguntas

 

1.      Quais seriam as implicações se o inferno não fosse real?

2.      Quais são algumas das maneiras que as pessoas “pintam” o inferno?

3.      Quais são algumas das maneiras em que a Bíblia descreve o inferno?

4.      Por que o conceito da aniquilação vai contra nosso desejo de justiça?

5.      O que ajuda a convencer os pecadores da realidade do inferno?

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Palavras de Conforto

 

            Acho que você provavelmente consegue entender como sou cuidadoso a respeito de algo como a Super-Cola. Uma gota pode imediatamente grudar os dedos, então, com grande cuidado, tentei abrir o pacote de plástico que continha um tubo de Super-Cola. Parei e pensei: “Não sou burro. Não vou abri-la e acidentalmente arrancar a parte de cima.” Então, com a habilidade de um neurocirurgião, cortei o papelão afastando o pacote com uma faca afiada, e cuidadosamente retirei o tubo de cola. Então, cuidadosamente, retirei a tampinha e gentilmente apertei o tubo, mantendo minha pele afastada do bico, sabendo que apenas uma gota sobre meus dedos poderia ter a conseqüência de uma cirurgia para separá-los. Missão cumprida com sucesso. Consegui tirar a parte de cima sem derramar uma gota sequer sobre meus dedos.

 

            Tive, no entanto, uma sensação esquisita na minha mão esquerda. A afiada faca que havia usado para cortar o pacote havia penetrado o frágil aço do tudo e as palmas de minhas mãos estavam cheias de... Super-Cola!

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Penas para Flechas

 

Quando o Surf começou, as pranchas eram muito mais longas. Os surfistas se ajoelhavam sobre elas nesta posição, ao invés de irem deitados. Isto era de grande vantagem quando se passava muito tempo surfando, pois possibilitava ao surfista ficar de pé e enxergar quando grandes formações de ondas apareciam no horizonte.

 

            Escutava-se algum surfista gritando: “Lá vem uma grande!” Então, os outros surfistas rapidamente começavam a remar em direção ao horizonte, pois não queriam ser pegos despreparados e acabar com a onda quebrando em cima deles.

 

            Se um surfista se visse despreparado em uma situação como a descrita acima, ele tinha duas escolhas apenas.  Ele poderia agarrar-se a sua prancha e permitir que milhares de litros d’água quebrassem sobre si, ou poderia descer da prancha e lançá-la o mais longe possível, mergulhando, em seguida, para escapar do poder esmagador da onda. Se escolhesse permanecer sobre a prancha, ele estaria tomando sua vida em suas próprias mãos. Se a prancha fosse arrancada de suas mãos e batesse contra sua cabeça, ele poderia se afogar – então, seria prudente lançá-la o mais longe possível.

 

            Por milhares de anos os profetas têm gritado: “Lá vem uma grande!” A vinda do grande e terrível dia do Senhor está mais próximo do que jamais cremos. Todas as pessoas têm uma escolha: podem agarrar-se a seus pecados, ou lançá-los para longe de si e mergulhar bem fundo na misericórdia de Deus, o que só é possível através de Jesus Cristo. Aqueles que escolhem se agarrar a seus pecados descobrirão que aquilo que amam se voltará contra eles, se tornarão evidência de sua culpa e, enfim, sua morte.

 

 

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Versículo para Memorização

 

“Se o teu olho te fizer tropeçar, lança-o fora; melhor é entrares no reino de Deus com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no inferno, onde o seu verme não morre, e o fogo não se apaga.”

 

Marcos 9:47,48

 

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Últimas Palavras

 

Robert Green Ingersoll (1833-1899), famoso advogado americano e proeminente agnóstico, palestrava sobre os erros e contradições bíblicas. Sua famosa palestra “Os Erros de Moisés” levou um defensor da Bíblia a dizer que gostaria de ouvir Moisés falar por cinco minutos sobre “Os Erros de Ingersoll.” De pé, ao lado de sua cova, seu irmão exclamou:

 

 

“A vida é um estreito vale entre os estreitos picos de duas eternidades. Lutamos em vão enxergar além das alturas. Gritamos alto, e o único eco é o eco de nossos lamentos.”

 

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Tradução: Fernando Guarany Jr.